domingo, 27 de maio de 2012

Eu.



Eu, com essa mania de abraçar o mundo 
Eu, com essa mania de me traçar um plano 
Eu, com essa mania de proteger quem eu amo 
Eu, Caindo Eu, levantando e andando de novo 
Eu, com essa mania de errar várias vezes 
Eu, com essa mania de querer sempre acertar 
Eu, com essa mania de me iludir 
Eu, caindo 
Eu, levantando e andando de novo 
Eu, com essa mania de sonhar 
Eu, com essa mania de acordar demais 
Eu, com essa mania de manias 
Você... com essa mania de não saber de nada.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Happy You're Gone

Ele pensava que não poderia amar
Mais do que a si mesmo
Ele pensava que não poderia sentir
Mais do que ja vivera
Ele pensava que não poderia se entregar
Mais do que o suficiente
Ele pensou
E calculou a medida exata
Tal qual o peso do seu coração
Tal qual a sua alma poderia suportar
Porque serei eu a que vai pedir desculpas?

terça-feira, 20 de março de 2012

...


O tempo...
Vale a pena ter tempo?
Vale a pena perder tempo?
Estamos sempre correndo tanto
E mesmo assim a tempestade me alcançou de novo
Mas não se sinta mal
Você não pode prever a chuva
Você não sabe das minhas palavras
Você não sente minhas palavras
Eu gostaria de me roubar pra você
De me levar pra você
Existe algum nome concebível para isso?
Contando segundo por segundo
Por quanto tempo?
Me perdendo nesse maldito metrônomo
Ouvindo suas histórias ardidas e quentes
Me queimando por dentro
E na minha mente eu apenas me pergunto
por quanto tempo?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Alvo.


Eu procuro pisar firme
Olho na mira
Cálculo perfeito
Mas em algum momento eu me perdi
Não sei se quando deixei você ir
Não sei se quando eu me libertei
Onde tudo estará agora?
Eu nunca deveria ter deixado ir tão fundo
Ah, isso me parece tão familiar
A sutileza de dias que se repetem
Desnecessariamente
Destemperadamente
E a incostância de um sorriso
O sufoco de um abraço
Não, não há porque sofrer de novo
Não há porque persistir
Se tudo está infinitamente fora do nosso alcance
Eu me pergunto
onde você estará agora...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

....

Beba do conformismo que te corroe
Beba do mundo que te faz tão triste
Beba do sangue da tua própria veia
Beba do eu?

Beba do chão que foge dos teus pés
Beba do céu nunca alcansado
Beba do futuro que nunca foi
Beba do eu?

Beba do tudo que te resta hoje
Beba do nada que você se tornou
Beba do medo
Beba do eu?

Beba do fundo do poço
Beba do não saber se dói
Beba do filho que te vê cair
Bêbado eu?

Não!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Roleta Russa.


Você acha que merece perdão por tudo que você passou?
Suas lágrimas ja secaram.
Enquanto seus olhos estiverem fechados
Não há salvação.
O medo por não saber onde seguir, se seguir.
Por mais que andemos
O tempo da passos enormes para trás.
Eu espero um dia olhar para frente com a cabeça erguida
Por ter a certeza de ter feito o impossível
Ja dizia o poeta
O tempo não pára para que você o conserte.
Mas você se lembra quando isso era possível?
Tento não ver aquele medo antigo
Velho amigo conhecido
Que apenas aperto suas mãos por medo de abraçá-lo com força
Talvez ele queira ficar
Mas eu fiz o impossível, não fiz?
Então olhe nos meus olhos e prove da nossa verdade
"E a verdade vos libertará"
"Que seja eterno enquanto dure"
"E eles viveram felizes para sempre"
Roleta russa, você escolhe.
E que nós vivamos
Nem sempre felizes, porém unidos.
Duradouro além de nós mesmos
E libertos por nossos verdadeiros sentimentos.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Redundância.


Eu estou aqui
Como uma garrafa de espumante na quina da mesa
3, 2, 1... Nada de estouro
Até quando acha que posso aguentar?
Você deve se perguntar
Como consegui passar por tudo sem nenhum arranhão
Sempre tão intimista em suas certezas
Pensei ter crescido há tempos
Deveria ter sido assim desde o início
Mas nós humanos nos viciamos fácil demais
E tudo que sangra parece de bom grado
Eu junto todas as bençãos
Que recebi de estranhos
Todos os nãos que recebi nas horas erradas
E os sim que deveriam ter sido os certos
Isso poderia ter me dado a lucidez de uma criança descobrindo algo novo
Dando a outra face
Um passo de cada vez
Meu passado presente no meu futuro
Numa grande giratória cíclica
Cheia de redundâncias
Do jeito que a vida gosta
Do jeito que a vida embaça os meus e os teus anos a mais
eu sou essa garota mimada que sempre quer tudo
A que sempre te pediu atenção
A que nunca quis ter sofrido
A que nem sempre consegue o que quer
Anos escritos em diários mentais
Que nem eu mesma consigo entender minha própria letra
Numa grande giratória cíclica
Cheia de redundâncias
Onde tudo se repete
Ou que nunca foi esqecido.