quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Redundância.


Eu estou aqui
Como uma garrafa de espumante na quina da mesa
3, 2, 1... Nada de estouro
Até quando acha que posso aguentar?
Você deve se perguntar
Como consegui passar por tudo sem nenhum arranhão
Sempre tão intimista em suas certezas
Pensei ter crescido há tempos
Deveria ter sido assim desde o início
Mas nós humanos nos viciamos fácil demais
E tudo que sangra parece de bom grado
Eu junto todas as bençãos
Que recebi de estranhos
Todos os nãos que recebi nas horas erradas
E os sim que deveriam ter sido os certos
Isso poderia ter me dado a lucidez de uma criança descobrindo algo novo
Dando a outra face
Um passo de cada vez
Meu passado presente no meu futuro
Numa grande giratória cíclica
Cheia de redundâncias
Do jeito que a vida gosta
Do jeito que a vida embaça os meus e os teus anos a mais
eu sou essa garota mimada que sempre quer tudo
A que sempre te pediu atenção
A que nunca quis ter sofrido
A que nem sempre consegue o que quer
Anos escritos em diários mentais
Que nem eu mesma consigo entender minha própria letra
Numa grande giratória cíclica
Cheia de redundâncias
Onde tudo se repete
Ou que nunca foi esqecido.

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